Bolo de Mel em Cofre de Chocolate de Leite

Bolo Rei - King Cake - Gâteau des Sans-Cullottes

"Era  uma vez, três Reis Magos que iam levar os presentes ao Menino Jesus.
Os Reis iam a discutir uns com os outros, porque todos queriam dar o presente primeiro.
Os Reis encontraram uma velhinha e ela perguntou :
- Porque é que estão a discutir uns com os outros ?
Eles responderam:
- Porque todos queremos dar a prenda em primeiro lugar ao Menino Jesus.
A velhinha disse:
- Vou fazer um bolo-rei e já volto.
Passado algum tempo...
Aqui está o bolo-rei. Tem lá dentro um brinde e uma fava. A quem calhar o brinde é o primeiro a dar a prenda ao Menino Jesus e, a quem calhar a fava é o último.
Os Reis concordaram e, cada um comeu uma fatia do bolo.
O brinde saiu ao Rei que levava o Ouro e, a fava ao que levava a Mirra.
Quando chegaram ao pé do Menino Jesus, deram-lhe os presentes.
O primeiro foi o que levava o Ouro, o segundo o que levava o Incenso e o último o que levava a Mirra."

Esta é a lenda do Bolo Rei mas históricamente a versão é considerávelmente diferente. 
Bolo Rei terá surgido em França no tempo de Luis XIV para as festas do Ano Novo e Dia de Reis. Existem relatos da época sobre esta iguaria e existe mesmo um quadro famouso de Greuze com o nome de Gâteau dês Róis. Com a Revolução Francesa (1789) este bolo foi proibido, só que os pasteleiros que tinham um excelente negócio em mãos em vez de o eliminarem decidiram continuar a confeccioná-lo chamando-lhe Gâteau dês Sans-cullotes. Parece assim não restarem dúvidas de que o Bolo Rei tem origens francesas, apesar do Bolo Rei em Portugal não ter a ver com o bolo simbólico da festa dos reis existente na maior parte das províncias francesas a norte do rio Loire, na região de Paris, onde o bolo é uma rodela de massa folhada recheada de creme. A receita portuguêsa é baseada na confeccionada a sul do Loire onde o bolo em massa levedada tem a forma de uma coroa. 
Não fosse a Confeitaria Nacional e provavelmente não haveria bolo-rei em Portugal. Foi Baltazar Castanheiro Junior, filho do fundador desta casa, que introduziu a receita na capital, ao chegar de uma das suas inúmeras viagens a Paris (1870). No Porto foi posto à venda pela primeira vez em 1890 por iniciativa da Confeitaria Cascais feito segundo receita que o proprietário Francisco Júlio Cascais trouxera de Paris. Assim o Bolo Rei atravessou com êxito os reinados da rainha D. Maria II e dos reis D. Pedro, D. Luis, D. Carlos e D. Manuel II, mas foi com a proclamação da República em 5 de Outubro de 1910 que vieram os piores tempos para o Bolo Rei ficando em risco a sua existência, tudo por causa da palavra “rei”. Morto este símbolo, o bolo tinha que desaparecer ou mascarar-se para evitar a guerra que lhe podia ser feita. Os confeiteiros continuaram a fabricar o bolo sob outra designação, os menos imaginativos deram-lhe o nome de ‘ex-bolo rei’, mas a maioria chamou-lhe bolo de Natal ou bolo de Ano Novo. Não contentes com nenhuma destas idéias os republicanos mais radicais chamaram-lhe bolo Presidente. Passado esse período negro, o bolo readquiriu a sua designação original, Bolo Rei, tornando-se um verdadeiro símbolo da época Natalícia.

Ingredientes:
 
Para a Massa:

- 500g de farinha tipo 55
- 30g de fermento de padeiro
- 2 dl de leite morno
- 120g de manteiga
- 1 colher de
café de sal
- 70g de açucar
- raspa de uma laranja
- raspa de um limão
- 3 ovos
- 2cl de rum
- 2 chávena de nozes, pinhões, amêndoas e amendoins picados grosseiramente
- 1 1/2 chávena de frutas cristalizadas picadas
- 1 chávena de sultanas/passas de uvas
 
Para a Cobertura:

- Frutas cristalizadas
- Frutos secos
- Açúcar granulado ou de pasteleiro
 
Preparação:

Peneire a farinha para dentro de uma tigela e faça uma cova no meio. Coloque nessa cova o fermento esfarelado. Dissolva-o com o leite morno e ao mesmo tempo, misture-o com a farinha existente nas bordas. Tape a tigela com um pano e deixe a massa levedar num local quente.
Derreta a manteiga, misture-a com o sal, o açúcar e as raspas de da laranja e do limão. Junte este preparado à massa com o fermento. Misture os ovos com o cálice de Rum e adicione também à massa. Comece por amassar este todo, juntamente com a farinha com uma colher de pau. Logo de seguida, amasse o preparado com as mãos, até que esta fique lisa e suave, desprendendo-se das paredes da tigela. Tape de novo a massa com um pano e deixe levedar até duplicar o volume.
Coloque a massa numa mesa de trabalho polvilhada com farinha e amasse-a de novo com as mãos adicionando as nozes, as amêndoas os pinhões, os amendoins, as frutas cristalizadas picadas e as sultanas. Divida a massa em duas metades, cada uma com cerca de 50cm de comprimento e enrole-as. Una os dois rolos de massa dando-lhes a forma de coroa.
Unte um tabuleiro e coloque nele os bolos. Bata as gemas com umas gotas de água e pincele as duas coroas. Decore com os frutos secos, as frutas cristalizadas e o açucar. Leve a cozer em forno pré-aquecido a 200°C durante cerca de 25/30 minutos.
Bom Natal.

Nota de Prova:

Imprimir a Receita

Comentários

Helena disse…
Que ar majestoso tem esse bolo! :)
Muito bonito,tambem já fiz!
Boas Festas!
Nysa disse…
embora nao goste de frutas cristalizadas faco aqui o meu comentário. obrigada pela história do bolo rei. nunca me tinha ainda apercebido, que afinal o bolo tem muitos anos em cada fatia ;-) ficou lindo, mas para mim sem as frutas cristalizadas sff ;-) beijocas
Unknown disse…
olá! Eu tambem gosto muito de cozinhar...ando sempre a procura de receitas novas na internet!

Podes tirar alguma receita do meu blog se quiseres.

bjo

http://umbomtempero.blogspot.com/