Bolo de Mel em Cofre de Chocolate de Leite

Bolo de Natal - Dresden Stollen - Christstollen

Considerada uma "Obra-prima" da panificação, as origens do Dresden Stollen perdem-se não muito longe de 1400 AD. Originalmente, este bolo era cozido sem manteiga ou leite, até que Lord Ernst da Saxony e o seu irmão Albrecht apelaram ao Papa para anular a chamada "Butter-Verbot" ("Proibição da Manteiga"), em vigor na época. O Santo Padre declarou (no que veio a ser conhecido como o "Bufferbrief") que o leite e a manteiga podiam ser efectivamente utilizados na confecção do Stollen; "...pode ser feito com a boa consciência e com a bênção de Deus, depois de feita a adequada penitência "Bufferbrief".
Cerca de 1500, "Christbrote uff Weihnachten" estavam a ser vendidos no Dresden "Striezelmarkt", o mais antigo mercado de Natal alemão. De 1560 em diante os confeiteiros do Stollen passaram a entregar ao rei da Saxónia um ou dois Christmas Stollen para a Santa Celebração. Em 1730 "Augusto o Grande" da Saxónia encomendou à Cooperativa dos Confeiteiros de Dresden um Stollen gigante com um peso de 1.8 toneladas.
Para comemorar este evento todos os anos no Sábado anterior ao segundo Advento é confeccionado um bolo gigante no Dresden Stollen Festival.
O Dresden Christmas Stollen passou a ser produzido na sua actual forma soberba, desde o início do século 20 (mas só no século 21 chegou à minha cozinha!). Apenas os mais finos ingredientes bem como as especiarias mais exóticas são utilizadas no seu fabrico. Cada padaria tem a sua própria receita, com os seus segredos, que tem vindo a passar de geração em geração.
Perante tantas versões, deixo-vos ficar com a minha!

Ingredientes:

- 1 chávena de rum ou aguardente
- 1 chávena de casca de laranja cristalizada picada
- 1 chávena de casca de llimão picada
- 3/4 de chávena de passas
- 3/4 de chávena de groselhas
- 1/2 chávena de água morna
- 1 chávena mais 1 colher de sopa de açúcar
- 2 chávenas de leite
- 2 colheres de chá de sal
- 1 1/3 chávena de manteiga sem sal
- casca de 1 1/2 limão ralada
- 7 a 8 chávenas de farinha, conforme o necessário
- 4 ovos ligeiramente batidos
- 1 1/2 chávena de amêndoas laminadas
- 1/2 chávena de manteiga derretida
- 1/3 a 1/2 chávena de açúcar de pasteleiro
- 2 pac's de fermento em pó Vanhiné (ou equivalente)

Preparação:

Junte o rum com o limão, a laranja, as passas e as groselhas e deixe repousar durante 1 hora. Escorra e reserve o rum e as frutas.
Dissolva o fermento em água morna e adicione 1 colher de sopa de açúcar e deixe repousar num local quente por 10 minutos.
Aqueça o leite com uma chávena de açúcar granulado, o sal e a manteiga. Quando a manteiga tiver derretido, deixe arrefecer. Junte a casca ralada do limão e o rum e seguidamente o fermento com duas chávenas de farinha. Misture bem e deixe repousar durante 30 minutou.
Adicione os ovos e a farinha necessária até conseguir uma massa suave que não pegue aos dedos.
Envolva a fruta escorrida levemente com farinha. Bata novamente a massa até que fique lisa e elástica. Junte as frutas e envolva até que fiquem bem distribuidas na massa.
Faça uma bola com a massa e coloque dentro de um recipiente enfarinhado, coberta, durante 1 hora.
Divida a massa em três porções e roleas até ficarem com uma forma oval e cerca de 2cm de espessura.
Pincele cada bolo com manteiga derretida e espalhe 2 colheres de açúcar granulado sobre cada uma delas. Dobre cada uma das ovais ao meio. Envolva cada uma em papel vegetal levemente barrado com manteiga e reserve durante 1 hora.

Leve ao forno pré-aquecido a 190°C por 1 hora ou até ficar dourado.
Deixe arrefecer ligeiramente e pincele novamente com manteiga derretida. Salpique com açúcar de pasteleiro e sirva ao natural ou barrado com manteiga.
A massa lembra muito o nosso Bolo Rei.
Bom Proveito e Boas Festas!

Nota de Prova:

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Comentários

risonha disse…
isso deve ficar uma autêntica maravilha... parabéns e obrigado pela partilha da receita.
Gostei de saber história deste bolo!
Talvez dê tempo para fazer no reveillon.
bjo,
Nina.
Fay van Gelder disse…
lembra como diz e muito bem o nosso Bolo Rei :)
Parabéns deve ser uma delicia:)
Bom 2008
kini disse…
Hum...essas groselhas devem ficar divinais!!!!!!
Parabens.
Bjs
Marizé disse…
Passei para deixar os meus votos de um ano cheio de coisas boas, alegria e sucesso, mas quase que fico sem palavras ao ver este stollen, parabéns está perfeito, e como sempre, gostei de saber um pouco mais da história por detrás.

Beijocas
Sylvia disse…
Só fiz Stollen uma vez na vida, apesar de comprar em Montevideu nas ferias de Natal algumas vezes eter conhecido ali. Nao conhecia a historia e achei bem interessante.
Um super 2008 para voce e sua familia, muito sucesso e continue cozinhando tao bem.....
Beijos
Laranjinha disse…
Feliz Ano Novo!
Laranjinha disse…
Feliz Ano Novo!
Julie Sol disse…
Que bela historia.
O teu Stollen ficou divino
Feliz Ano Novo 2008
Cris disse…
Desejo a você e sua família um ótimo 2008! Lindo bolo.
Anónimo disse…
Parabéns pelo espaço.
Um 2008 estupendo para vc e os seus.

Davi Silva
Que bolo tão rico... posso apenas imaginar o seu sabor.
Talvez mais tarde me atreva a ir mais longe.
Um beijinho
bruxinha disse…
antes de mais bom ano novo!!

achei a sua variação desta receita bastante original, e gostaria apenas de fazer algumas correcções na história desta especialidade alemã, já que a conheço perfeitamente (apesar de nunca me ter aventurado a fazê-la!)

1) a massa não tem nada a ver com o nosso bolo-rei, é muito húmida e "pesada"; a única coisa em comum são mesmo os ingredientes (frutos secos, de preferência passas; amêndoas; laranja e limão cristalizados, mas não outros frutos)

2) Ernst da Saxónia não era lorde, era um príncipe eleitor (seu irmão Albrecht era duque)

3) há uma gralha num nome: o que o Papa Inocêncio VIII declarou foi uma "Butterbrief" (literalmente carta da manteiga) e não Buffer...

4) esta tradicionalíssima receita já existe há muitos séculos e desde o início sempre com a típica forma achatada, não só desde o séc. 20... ;-) aliás, a forma das Stollen é por assim dizer "religiosa", é uma alusão ao Menino Jesus envolto em fraldinhas, daí a cobertura branquinha de açúcar em pó

Desculpe-me por estes comentários, mas são ossos do ofício e não pude conter-me... já que tão bem apresentou a receita e a sua história, achei que seria melhor ela ser o mais correcta possível.

Parabéns pelo blogue e pelos deliciosos pães, dos quais já experimentei alguns!
Agdah disse…
Aos pouquinhos estou voltando e já me atualizo na blogosfera. Feliz Ano Novo.
Agdah disse…
E por onde será que anda o Virtual Chef, que nos delicia com os pães...
colher-de-pau disse…
Então?
Já ando a sentir a sua falta por aqui. Espero que esteja tudo bem!
Estou estranhando a sua ausencia. um beijinho
Márcia
um beijinho
Márcia
Anónimo disse…
Olá,

... então que é feito de si? Está tudo bem? Anda tão desaparecido ... queremos pães e as outras delícias em que nos viciou.

Com amizade, Paulucha.
http://www.allsogno.blogspot.com
Cláudia disse…
Adorei este bolo de Natal, deve ser saborosíssimo. A história dele também é interessante. Quando for comê-lo lembrarei dos reis da Saxonia e deste papa que havia proibido a manteiga. ( história da humanidade tem cada uma!)

bjs
Paula Amanda disse…
Olá!

Estou chegando por aqui agora e amei sua cozinha!!!! Parabéns, vi receitas muito boas!!!!

Sou fã da minha máquina de pães e pelo jeito você também né????

Vi que na sua lista de blogs amigos está a Cinara, ela fez um selo para identificar blogs que publicam receitas para máquina de pão, coloca um selinho aqui!!!!

Abraços,
Paula Amanda
Ana Prazeres disse…
Despareceido... De férias???
Beijinhos verdes